10 citações que mostram que C.S. Lewis estava à frente de seu tempo

por TYLER HUCKABEE (tradução livre da Relevant Magazine, por Marcela Agra)

Há 50 anos, no dia 22 de novembro, C.S.Lewis faleceu silenciosamente em sua casa. Sua morte foi pouco notada, visto que o então presidente dos EUA, John F. Kennedy, foi assassinado naquela mesma data (o escritor Aldous Huxley, autor de Admirável Mundo Novo, também faleceu neste dia, fazendo de 22 de novembro de 1963 uma data realmente lamentável da recente História da humanidade), mas deixou um vazio que nunca foi propriamente preenchido.

Com quem se pode compará-lo? Ele não era de fato um estudioso formado em Teologia (como muitos que são fazem questão de dizer) e nunca foi odernado. Em seu tempo de vida trabalhou como professor, crítico literário e escritor de artigos e trabalhos acadêmicos. Seu querido amigo J R.R. Tolkien dizia ter criado a personagem Barbávore (Treebeard) com base em Lewis. Ele é mais lembrado atualmente como autor de livros infantis. Nenhuma dessas realizações, porém, chega perto em importância, do lugar único ocupado por Lewis no Cristianismo moderno. Como um excelente perfil no site Christianity Today argumenta, a melhor descrição para o autor é de que ele era um poeta. Alguém com o raro talento de canalizar seu poderoso intelecto e espírito generoso por meio de uma artística e sem precedentes mistura entre perspicácia, sagacidade, humanidade e espetacular clareza.

narniaComo muitas outras pessoas, devo muito da minha própria vida a Lewis. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa foi um dos primeiros livros que lembro de ter lido. Quando criança, eu queria mudar meu nome para Pedro (como o personagem da história). Tenho um poste (como o de Nárnia) tatuado em meu braço. Conforme cresci, minha admiração e gosto por seus outros escritos também amadureceram. Till We Have Faces (não há tradução desta obra para o português, mas em tradução livre significa “enquanto tivermos rostos”), continua, em minha opinião, como um dos mais bem escritos romances da língua inglesa. A maioria das pessoas que está lendo esse texto deve poder contar suas próprias histórias com relação a Lewis. Ele tem o poder de deixar essas marcas em seus leitores.

Existem autores mais imaginativos. Existem melhores teólogos. Mas “Jack”, como era chamado por seus amigos, permanece sozinho em sua habilidade de transmitir teologia através de gloriosa e alegre arte, com seu argumento, retórica e debate, envolvidos em deliciosa prosa e poder de contar histórias. É o tipo de escrita em que a felicidade do pensamento parece diretamente ligada à hablidade do escritor. Tão progressista era o pensamento de Lewis – tão à frente de seu tempo (embora ele quase certamente argumentaria ser antiquado, se pudesse ler este texto) – que sua escrita parece inesgotavelmente aplicável para todas as gerações depois de sua morte. Cada uma delas parece reverenciá-lo novamente, pelo tanto que reconhece tervpara aprender com ele.

Não há como substituir a leitura de tudo o que Lewis já escreveu (ele preferia sua ficção à apologética, porém as duas categorias são leituras inestimáveis), mas para aqueles que nunca leram nada de autoria deste escritor, e também para que o conhecem “de perto”, aqui estão algumas citações:

Todos queremos progresso, mas se você está no caminho errado, progresso significa dar uma reviravolta, retornando ao caminho certo; neste caso, o homem que mais cedo retorna é que mais progride.

– “Cristianismo Puro e Simples”

 

Deve-se continuar apontando que o Cristianismo é uma declaração que, se falsa, é de nenhuma importância, e, se verdadeira, é de infinita importância. A única coisa que o Cristianismo não pode ser é moderadamente importante.

– “God in the Dock – ‘Deus na Doca”

 

A razão é o órgão natural da verdade; mas a imaginação é o órgão do sentido.

– “Bluspels and Flalansferes: A Semantic Nightmare – ‘Bluspels e Flalansferes: um pesadelo semântico”

 

Amar é estar vulnerável. Ame a qualquer coisa e seu coração será torcido e possivelmente quebrado. Se você quer se assegurar de que ele permaneça intacto você não deve entregá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Cerque-o cuidadosamente com hobbies e pequenos luxos; evite qualquer envolvimento. Tranque-o seguramente no caixão de seu egoísmo. Mas naquele caixão, seguro, escuro, imóvel, sem ar, seu coração irá mudar. Não estará quebrado; se tornará inquebrável, impenetrável, irremediável. Amar é estar vulnerável.

– “Os Quatro Amores”

 

É muito mais fácil orar por um chato do que ir encontrá-lo.

– “Letters to Malcolm – ‘Cartas a Malcolm”

 

Há coisas muito, muito melhores à frente do que qualquer uma das que deixamos pra trás.

– “Collected Letters – ‘Cartas coletadas”

 

Nós não estamos necessariamente duvidando que Deus fará o melhor para nós; estamos imaginando o quão doloroso o melhor se mostrará.

– “Letters to an American Lady – ‘Cartas a uma senhora americana”

 

Eu não me voltei à religião para que ela me fizesse feliz. Eu sempre soube que uma garrafa de vinho do porto faria isso. Se você quer que uma religião faça você se sentir realmente confortável então eu certamente não recomendo o Cristianismo.

-“God in the Dock – ‘Deus na Doca”

 

Se alguém acha que Cristãos consideram a falta de pureza sexual como o pecado supremo, está errado. Os pecados da carne são ruins, mas são os menos ruins dentre todos os pecados. Os piores prazeres são puramente espirituais: o prazer de apontar os erros dos outros, de agir como um superior, de querer mandar, maldizer e de ser um estraga-prazeres; os prazeres do poder, do ódio. Pois há duas coisas dentro de mim, competindo com o ser humano que eu preciso tentar me tornar. São elas o ser Animal e o ser Diabólico. O segundo é o pior dos dois. É por isso que um pedante, frio e hipócrita que vai à igreja regularmente pode estar mais perto do inferno do que uma prostituta. Mas, é claro, é melhor não ser nenhum dos dois.

– “God in the Dock – ‘Deus na Doca”

 

Toda a sua vida neste mundo e todas as aventuras em Nárnia tinham sido apenas a capa e a folha de rosto; agora, finalmente eles estavam começando o Capítulo 1 da Grande História que ninguém na Terra jamais leu: que durará para sempre: em que cada capítulo é melhor do que o anterior.

– “A Última Batalha”

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