Parece estranha a possibilidade de que o disco de estreia de um artista, em 2015, possa remeter seu ouvinte diretamente o universo musical dos anos 10. Longe de ter a ver com algo “atrasado”, essa pode ser uma das sensações ao ouvir “Primeiros Frutos”, début de Wellington Filho. Álbum independente e distribuído no estilo “pague o quanto quiser”, traz influências de Heloísa Rosa, Lucas Souza e Vineyard.
Paraibano de 24 anos, Wellington gravou “Primeiros Frutos” ao vivo em estúdio, cercado de amigos que formaram a banda e ajudaram nos arranjos. As canções do disco, segundo o cantor, refletem sua história de composição nos últimos anos, incluindo o desafio da própria gravação. Tendo participado do ministério de louvor em diferentes igrejas de João Pessoa, capital paraibana, Wellington apurou suas canções e o resultado é um disco de adoração com letras e arranjos cheios de simplicidade e zelo em falar do amor de Deus.
Em 8 horas dentro do estúdio foram gravadas as 9 músicas, que agora estão disponíveis online no modelo de distribuição em que o ouvinte doa o quanto quiser. Ao estilo NoiseTrade, o hotsite de “Primeiros Frutos” sugere deixar uma doação para o artista, que levanta fundos para a Iniciativa Abba, projeto de incentivo a adoção de crianças – Wellington e sua esposa, Dyana, já tem um filho adotado. Toda a família vai se mudar para os Estados Unidos em breve, onde participarão de pesquisas acadêmicas sobre o assunto e vão buscar se envolver com ministérios americanos que trabalham na área.
Com a promessa de frutos que vão além do simples deleite musical, o primeiro disco de Wellington ocupa um espaço importante entre lançamentos nacionais: o cenário da música de qualidade para a igreja está cada vez mais escasso de criatividade e nomes de celebridades-gospel.