O sempre é um, inteiro, pleno, sempre
Todavia, como quem não quer nada
No compasso do constante tempo
Vai-se indo, e instante a instante
Despetalam-se os durantes
Desprovidos de sustento.
Os intensos vão depois,
Esvaindo a sofrimento
Até chegar ao intento
Onde o tão sempre
Torna-se punhado,
Mais um grão
Um antes
Grãozinho vil
Une-se aos outros
Punhados distantes,
Já não tão espassos,
Regados a sofrimento;
Brotam, assim, amiúde
Até que sem porventuras
Entrelaçam a vasta memória
Floridos, aromas mil ao alcance
Dispostos a um ter mais que agora
Para finalmente, como quem nunca foi
O sempre ser um, inteiro, pleno, sempre.
Raony é um Arquiteto e Urbanista paraibano que nas horas vagas se aventura em fotografia, artes gráficas, literatura e o que vier pela frente. Confira mais poemas, textos e fotografias em seu blog.
A foto do início do post também é de Raony.